Uma hora depois, nós quatro estávamos sentados no sofá, meus pais na ponta direita e eu estava com Harry na ponta esquerda. Meu pai e Harry estavam conversando sobre como era a Suécia... ele sempre fora apaixonado por esse país, meus avós eram de lá, mas nós nunca tivemos a chance de ir até lá.
Harry estava super animado gesticulando e contando, nos mínimos detalhes como o país era lindo. Parece que eles estavam se dando bem. Melhor pra mim!
Minha mãe, de repente, faz um sinal até a cozinha. Ela se levanta e eu a sigo, Stilos e meu pai continuam a conversar no sofá animadamente, provavelmente ainda sobre a Suécia...
-Filha, você lembra sobre aquela Ferrari que você perguntou ontem? – ela perguntou com uma cara muito aflita.
-Claro que lembro! A semanas que eu vejo ela em todo canto e isso ta começando a me assustar. – eu disse indo até a geladeira e bebendo um pouco d’água.
-Pois é.. Filha nós precisamos conversar sobre isso. Mas não na frente do Harry.
-Mas o que foi de tão sério que nós não podemos nem falar na frente do meu namorado. – perguntei começando a ficar realmente preocupada com a situação.
-Filha, por favor me escuta! Só faz o que eu pedi, por favor! É muito importante e isso vai mudar toda nossa vida. – ela disse passando a mão nos meus cabelos.
-Tudo bem, se você insisti tanto, eu faço! – falei saindo da cozinha.
Andei lentamente até o sofá e me sentei de volta no meu lugar, como quem não quer nada liguei a TV só pra ver se tava passando algo interessante e BOOM dito e feito: meu pai se ligou direto na TV! Ok, agora são só alguns segundos até ele prestar atenção em nós de novo.
-Stilos, preciso que você vá agora. Mais tarde te ligo. Por favor, só confia em mim, ta? – falei ao pé do ouvido dele, bem baixinho.
- Tudo bem, mas por favor, me liga. To achando tua mãe muito estranha.. – ele não era o único.
Ele se despediu dos meus pais e deu uma desculpa qualquer pra ir embora.
-E então? O que ta acontecendo? – eu perguntei determinada a saber toda a verdade.
-Filha, por favor senta primeiro. – meu pai disse me empurrando até o sofá e me forçando a sentar.
-Nós iremos te explicar tudo, só não fale nada, deixe nós terminarmos depois responderemos todas as suas perguntas, ok? –eu disse que sim com a cabeça. Cara, to começando a me arrepender de ter comentado sobre a Ferrari com eles.
Eles se sentaram nas poltronas na frente do sofá e me deixaram completamente sozinha no mesmo.
-Filha, eu sei porque essa Ferrari ta te seguindo... – minha mãe começou a dizer, mas meu pai interrompeu.
-Yasmin, vamos logo com isso. Ela precisa saber a verdade. – ele disse com os olhos preocupados. – Monike, isso que nós vamos lhe dizer agora, não muda nada, nós te amamos, sempre te amamos, te amamos desde o primeiro momento que te vimos, quando te segurei em meus braços a primeira vez, me senti mais que completo, me senti finalmente eu mesmo. Graças a você pude conhecer o verdadeiro amor incondicional e o sentimento de proteção que nunca senti com ninguém. Você é MINHA filha e nada vai mudar isso. Todos os momentos que passamos juntos.. ninguém vai poder apagá-los. Eu te amo, Monike. Sempre lembre disso.
-Pai, eu também te amo, muito! Mas o que ta acontecendo, porque isso agora? – eu perguntei aflita.
-Filha... – minha mãe olhou bem nos meus olhos. - você é adotada. – minha mãe disse chorando.
-Como assim “eu sou adotada”. Que história é essa?
-Nós vamos te explicar tudo, só escuta, ta bem? – pediu minha mãe aos prantos.
-Filha.. – meu pai começou a explicar – eu e sua mãe não conseguíamos ter filhos, sua mãe, infelizmente, é estéreo, então nós pagamos os melhores exames do mundo pra ver se tinha cura, ou um outro jeito, mas de nada adiantava.. sempre dava na mesma, eu e sua mãe sem esperanças. Então um dia a prima da sua mãe, Patricia, engravidou, mas ela era muito nova, não tinha condições de cuidar de um bebê. Mas ela estava começando a carreira de atriz e até pensou em abortar, pois isso iria arruinar sua carreira, mas Yasmin acabou a convencendo a não fazer isso. Então eu e sua mãe adotamos a criança e essa criança era você, meu amor, linda e tão meiga, tão pequena mas tão perfeita. Ela nunca se interessou por você, muito pelo contrário, ela mal te via. Ela nunca nos ajudou nem financeiramente e nem maternalmente, nem leite ela te deu. Depois que você nasceu, ela foi embora pro Rio de Janeiro e nós nunca mais ouvimos falar ela, só o que nos soubemos um tempo depois, foi que ela tinha se tornado uma atriz super famosa e rica. Mas parece que agora ela quer conhecer você e virar sua mãe, coisa que ela nunca foi e nem fez questão de ser. Eu e sua mãe temos certeza de que essa Ferrari vermelha que vem te seguindo, é a sua mãe biológica, temos certeza! Faz tempo que ela vem te seguindo, tentando saber mais sobre quem você se tornou e sobre sua rotina. Filha, você tem todo o direito de estar com raiva, mas fala alguma coisa, por favor! – ele disse chorando.
Eu pude sentir as lagrimas quentes caírem pelo meu rosto, pude sentir tudo que eu um dia fui ou tudo que eu acreditava virando um simples pó dentro de mim. Meus pais passaram a vida inteira mentindo pra mim, escondendo de mim quem eu sou verdadeiramente, me escondendo de minha verdadeira origem.
-Eu preciso de um tempo, ok? Não, mãe, deixa eu falar.. – minha mãe foi tentar me interromper. – Eu preciso de um tempo pra digerir tudo isso, eu preciso de ar. – falei subindo as escadas e indo pro meu quarto.
-Mas filha, espera! Aonde você vai?! – minha mãe me perguntou seguindo atrás de mim, junto com meu pai.
-Gente, eu vou passar dois dias na casa do Harry, certo? – eu pude ver meu pai querendo protestar, mas fui logo dizendo – Pai, não! Você me deve isso, eu MEREÇO um tempo pra pensar. É o mínimo que vocês me devem, depois de todos esses anos de mentiras. – falei com lágrimas nos olhos.
Minha mãe balançou a cabeça confirmando e meu pai também.
-Mas, Monike, você nos odeia? –perguntou meu pai.
-No momento, a única coisa que eu sei é que eu fui enganada pelas pessoas que eu mais amava no mundo. Por favor, me deixem sozinha por um tempo, eu preciso disso. Eu sei me cuidar, já sou bem grande, ok? –falei, fechando a porta do quarto.
Quando entrei no meu quarto, no lugar que a 1 ano era (no começo fazia 6 meses que eu morava aqui Eu conheci o Stilos e os 6 meses depois eu tive de amizade com ele, sim a gente foi só amigo por muito tempo, mas acho que é por isso que nós nos damos tão bem, porque conhecemos um ao outro, enfim... 12 meses = 1 ano.) meu refúgio, meu pequeno e confortável mundo, mas agora não parecia nada além de um lugar que eu fingi pertencer durante 1 ano.
Sinceramente? Quando entrei e vi todas as minhas coisas, todas as minhas fotos com meus “pais”, chorei, mas chorei mesmo. Botei pra fora todas as minhas angustias... A esse ponto já eram 23:34. Resolvi ligar pro Stilos, afinal eu nem sei se posso ficar lá realmente. Disquei o número dele, que já sabia de co, afinal foram tantas mensagens durante tanto tempo...
1 toque, 2 toque, 3 toque... no 5 toque ele atendeu:
-Oi, linda. E ai o que aconteceu? – ele perguntou preocupado.
Ao ouvir a voz dele não me agüentei, desabei em choro de novo. No momento ele e a Nat eram as únicas pessoas de verdade na minha vida, as únicas pessoas que nunca mentiram pra mim, mas como eu nem sei onde a Nat ta enfiada, é melhor ficar um tempo com Harry.
-Monike, o que foi? O que aconteceu? Porque você ta chorando? Monike? – ele parecia aflito.
-Amor, como é bom ouvir tua voz. Preciso muito de você! Por favor, você pode vir aqui na minha casa, eu preciso passar uns dias fora e você é a única pessoa que eu tenho de verdade no momento. – pedi, aos prantos, sinceramente, minha vontade era de sair correndo, pra bem longe, pra bem longe de toda essa mentira, de toda essa farsa.
-Tudo bem, amor. É claro que eu vou! Mas o que aconteceu? – pude ouvir o barulho dele vestindo alguma coisa.
-No carro eu te explico, por favor, só vem logo, preciso muito de você. – falei desejando poder sentir os braços dele ao meu redor, me confortando, me dando apoio, me amando, me ouvindo, do jeito que só ele sabe fazer.
-Certo, 20 minutos to ai. Te amo! – ele disse rápido e desligou.
“Eu também te amo, muito” Sussurrei para mim mesma. Esse era a única coisa que podia me confortar agora, o amor dele.
Peguei uma mochila guardada em cima da minha estante de livros e comecei a colocar algumas roupas, coisas de higiene, sapatos, etc...
Quando terminei de arrumar tudo, botei minha mochila no ombro e desci as escadas pra esperar o Stilos chegar.
Quando vejo minha mãe sentada no sofá com meu pai, os dois chorando. Eu nunca vi meu pai chorar, mas no momento essa era a única coisa que ele fazia.
-Filha, ah meu Deus! Aonde você vai? – perguntou minha mãe, tentando me dar um abraço mas recusei o abraço me afastando um pouco. Isso pareceu magoar muito ela, pois ela começou a chorar mais ainda, mas não me importei muito. Eu só conseguia pensar nas mentiras, nas fantasias que eles me colocaram, sem dó nem piedade.
-Não se preocupem, eu vou ficar com o Harry alguns dias. Qualquer coisa, ligo pra cá. – falei seca, indo em direção a porta, pois pude ver o carro de Harry estacionado na calçada.
-Filha, espera! Você nós odeia? Por favor eu preciso saber! – perguntou meu pai, abraçado a minha mãe.
-Sinto muito, mas não posso responder isso com certeza agora. – abri a porta e sair pra noite morna de L.A.
Corri em direção ao carro, abri a porta de uma vez e me joguei lá dentro.
Harry, vendo como eu não queria ficar ali nem mais um minuto, acelerou com tudo em direção a seu apartamento que ele alugou aqui.
No momento eu nem reparei e nem quis reparar na porcaria daquela Ferrari vermelha, ela que causou todo aquele problema, ela que arruinou toda a minha vida.
Aquela porcaria vermelha, arruinou tudo que eu sou e tudo que eu um dia fui. Arruinou toda minha história e pior ainda aquela lataria vermelha continha a pessoa que quis me matar quando eu era somente um bebê inocente, contém a pessoa que me deu pra uma prima. Contém a pessoa que, no momento, é a criatura que eu mais odeio em toda a face da terra. Contém minha “mãe biológica”.
Continua...
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